sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Um em cada cinco bebês nasce de mãe adolescente

As políticas públicas não vêm conseguindo frear a quantidade de casos de gravidez de adolescentes no Paraná. No ano passado, uma em cada cinco mulheres que deram à luz no estado tinha no máximo 19 anos de idade. O número de mães jovens vem se mantendo constante no estado. Foram 20,4% em 2006. De 2002 para cá, a estatística ficou sempre entre 20,2% e 20,8%.As informações referentes a 2006 foram divulgadas ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. Fazem parte das Estatísticas do Registro Civil. Além de nascimentos, os dados detalham informações sobre casamentos, divórcios e mortes em todo o país.
Os casos de gravidez antes dos 20 anos são comuns no Brasil: 20,5% do total de partos foram de mães jovens. O Paraná teve o maior número de toda a Região Sul. Santa Catarina e Rio Grande do Sul apareceram ambos com 18%. Já quando a comparação é com todos os estados brasileiros, o Paraná tem o oitavo menor índice. O Maranhão lidera o ranking nacional, com 27,6%.Os dados do IBGE também mostram que há mais adolescentes grávidas no interior do estado do que nas proximidades da capital. Curitiba apareceu com 15,3% de partos antes dos 20 anos. O número caiu em relação a 2002, quando eram 16%. No mesmo período, a região metropolitana também conseguiu reduzir o dado de 19,1% para 18,7%.
Casamentos
As Estatísticas do Registro Civil também mostram que Curitiba tem cada vez menos casamentos. De 2005 para 2006, o total de casamentos realizados na cidade diminuiu 8,7%. Esse é um fenômeno comum a grandes cidades. De acordo com o gerente das Estatísticas do Registro Civil do IBGE, Cláudio Dutra Crespo, tem-se observado um crescimento em menor escala de casamentos nos estados do centro-sul em comparação com o índice nacional.“Nas regiões metropolitanas, é comum que haja até um decréscimo por conta de um aspecto cultural. Há maior aceitação das relações estáveis e, portanto, menor necessidade da formalização dos casamentos”, explicou. No total do estado e do país, porém, o casamento continua em alta. Houve um crescimento de 6,5% no Brasil e de 3,4% no estado em relação a 2005.Além de casar menos, o curitibano também está se separando mais. Houve um aumento de 5,3% nas separações judiciais de 2005 para 2006. Nesse caso, a trajetória foi parecida no restante do estado. Houve 8,1% de acréscimo no Paraná e de 12,5% na região metropolitana.A diferença é justificada pelo mesmo fator cultural que leva as pessoas a não formalizarem suas relações. “Áreas de maior urbanização, escolaridade e renda apresentam menos tabus para manter casamentos”, analisou Cláudio Crespo.Os números de divórcios apresentaram dinâmica diferente. No Brasil, o índice cresceu 7,7% em 2006. O Paraná teve 11,6% de aumento. Já Curitiba e Região Metropolitana registraram índices negativos: -8,9 e -1,5%, respectivamente.“Existe uma tendência, mas estes processos judiciais possuem uma flutuação anual e alguns fatores podem diminuir ou aumentar seus números, como a realização de mutirões, que facilitam o acesso à Justiça”, afirmou Crespo.O IBGE também disponibilizou dados sobre óbitos gerais e entre menores de um ano de idade. Em 2006, foram registradas no Paraná 5.915 mortes violentas e 54.526 mortes naturais. Os homens foram vítimas de morte violenta em maior número que as mulheres -5.082 contra 832.Foram registradas, ainda, 1.440 mortes entre menores de um ano de idade em 2006 no estado. No país, o Paraná teve a décima menor taxa de mortalidade neonatal precoce -9,2 mortes a cada mil nascidos. A média nacional foi de 11,1 mortes a cada mil nascidos.Para Cláudio Crespo, as Estatísticas do Registro Civil de 2006 demonstram que o Paraná tem uma tradição no acesso aos serviços de justiça e cidadania. Atrás apenas de Santa Catarina, foi o segundo estado com menor estimativa de sub-registro de nascimento.

Fonte: Gazeta do Povo

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