sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Como lidar com o sofrimento


Na última Prateleira falamos da pergunta que não cala: Até quando? Mas será que há algo que possamos fazer para diminuir o nosso sofrimento e o sofrimento alheio? Há algo que possamos fazer para aumentar a nossa alegria e a dos outros? Dando continuidade a esse assunto relembramos hoje trechos de um artigo de capa publicado por Ultimato há 7 anos (Edição 272): "Como lidar com os sofrimentos da vida presente". Examine cuidadosamente as providências listadas a seguir. Se você acha que elas são sábias e funcionais, coloque-as em prática e reparta-as com os outros. "

1. Negue-se a si mesmo Se um dos maiores e mais complexos problemas do ser humano são os sofrimentos provocados pela pecaminosidade latente, aprenda a negar-se a si mesmo, a dizer não aos seus ímpetos pecaminosos, a fazer morrer a sua natureza terrena e má. O esforço para crucificar a carne é altamente compensador. Seja santo, como Deus é santo (1 Pe 1.14-16).


2. Relacione-se com Deus Já que Deus existe, é criador e sustentador de tudo, é Senhor dos senhores, é absolutamente santo, é onisciente e onipotente, é misericordioso e perdoador, aproxime-se dele e tenha comunhão com Ele. Embora você não possa vê-lo com os olhos, ouvi-lo com os ouvidos e apalpá-lo com as mãos, essa comunhão é possível. Trata-se de um exercício espiritual, possível e mantido pela fé.


3. Não empurre sua felicidade para a vida futura Deus quer o seu bem aqui e agora. A vida presente não precisa ser um inferno. Os dez mandamentos foram dados para organizar e abençoar o período de sua vida compreendido entre a infância e a morte. “São placas de sinalização colocadas à margem da estrada da vida para proteger sua felicidade” (Billy Graham). A alegria nunca foi exclusivamente uma opção de vida. É uma ordem de Deus para o seu povo.


4. Não tente trazer para aqui e agora a glória futura Por causa da queda, por causa do pecado próprio e do pecado alheio, por causa da generalização da iniqüidade, por causa da multiplicação do mal, por causa das paixões infames, por causa da contínua involução do ser humano, por causa do dano ambiental irreversível causado pelo egoísmo, por causa do corpo mortal -- ainda não estamos vivendo a plenitude da salvação. O último capítulo da história da salvação está condicionado à segunda vinda de Jesus.


5. Cuide bem de seu corpo O corpo humano é uma perfeição. O corpo é a sua atual habitação terrena. É também o templo do Espírito Santo. Seus cuidados não devem ser exclusivamente com a santidade do corpo. Boa alimentação, sono de boa qualidade, trabalho, descanso, lazer, exercício físico, higiene, abstinência de substâncias tóxicas, monogamia e fidelidade conjugal, tratamento médico equilibrado, repulsa de qualquer mágoa e ressentimento são providências necessárias para afastar o quanto possível o sofrimento, a enfermidade física, o transtorno mental, a velhice prematura e a própria morte.


6. Cultive suas convicções cristãs A bagagem doutrinária que o cristianismo fornece é edificante e tranqüilizante. Quanto mais profunda e sólida, mais benéfica ela será. Você precisa de certezas absolutas nas questões básicas, como a autoridade e a suficiência das Escrituras, a santidade absoluta de Deus, a divindade e a humanidade de Jesus, o sacrifício expiatório e a ressurreição de Jesus, a ascensão e a exaltação de Jesus, a segunda vinda de Jesus em poder e muita glória e o fim dos tempos. De posse dessas certezas, você se livra da confusão mental e da confusão religiosa, da vacilação e da inconstância, da heresia e da apostasia dos falsos profetas e dos espíritos enganadores, dos anticristos no plural e do anticristo no singular, da incredulidade e da zombaria de seus semelhantes."



quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Generosidade

Por Israel Belo de Azevedo

Gosto desta emblemática sugestão de Jesus: "Vocês receberam de graça; dêem também de graça" (Mt 10.8a).
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Compare-a com esta, do economista político José Luís Fiori (UFRJ): o sistema mundial "se parece com um universo em expansão contínua, movido pela luta das grandes potências pelo poder global e que por isso estão sempre criando, ao mesmo tempo, ordem e desordem, paz e guerra. O que ordena e estabiliza esse sistema, por mais doloroso que seja reconhecê-lo (...) [é] a existência de ‘eixos conflitivos crônicos’ e a possibilidade permanente de guerra. O sistema não acumula poder e riqueza sem a competição das nações e não se estabiliza sem as guerras" (Cf. Folha de S.Paulo, 1/12/2007, p. E-10).
Como acontecem com nações e empresas, é de nossa natureza a ostentação. E nada mais antigenerosidade do que a ostentação. Muitos têm e não gostam de mostrar, mas muitos têm e gostam de mostrar. Essas pessoas olham para o que têm e sentem prazer por terem. Ostentar é um valor tão forte neste mundo que se tornou um estilo de vida. Um artista do carnaval carioca chegou a afirmar que até os pobres gostam de luxo. Ostentação produz imitação. Tem gente que imita jóias, roupas e casas de personagens de novelas. Vendedoras mencionam que tal roupa ou estilo é a da novela como argumento de venda... E as pessoas compram.
A trilha de Jesus é a da generosidade.
Generosidade é frear a natureza humana e parar de julgar o outro, deixando a tarefa para o perfeito Juiz.
Generosidade é frear a natureza e não esperar receber para então dar. Quem retribui é menos generoso do que quem toma a iniciativa.
Generosidade é frear a natureza e não distribuir apenas o que sobra ou o que está estragado ou o que deveria ir para o lixo e não para o bazar de doações.
Generosidade é frear a natureza e não buscar apenas os amigos e irmãos para compartilhar aquilo que recebeu de Deus.
Generosidade é frear a natureza e não fazer da acumulação, da retenção e da ostentação um jeito de ser.
Generosidade é frear a natureza e não abusar da bondade dos amigos e irmãos, o que desestimula a gestação de gestos de bondade.
Generosidade é frear a natureza e evitar palavras que ferem. Por que as brincadeiras têm que ser depreciativas? Por que as caricaturas têm que destacar o tamanho do nariz ou da barriga de uma pessoa?
Generosidade é olhar o outro como o outro gostaria de ser olhado.
Generosidade é deixar de olhar apenas para si; é olhar para os lados e para cima.
Generosidade é tomar a iniciativa de fazer o bem, de começar uma conversa, de oferecer um braço amigo.
Generosidade é dividir o que tem, mesmo que vá lhe faltar.
Generosidade é retribuir, mas também oferecer sem esperar retribuição.
Generosidade é inspecionar o que vai doar para ver se vai fazer mesmo bem.
Generosidade é mandar levar e não pedir para buscar.
Generosidade é procurar palavras que levantem o desanimado, alegrem o triste e fortaleçam o enfraquecido.
Generosidade é telefonar para dizer "bom dia" ou para oferecer os préstimos.
Generosidade é ceder a vez, mesmo que tenha chegado primeiro.
Generosidade é estudar com o colega a matéria que já sabe.
Generosidade é telefonar para casa para saber se está faltando alguma coisa.
Generosidade é pôr a mesa quando o outro não está esperando.
Generosidade é arrumar a cama de manhã, para que o outro não se atrase.
Generosidade é preparar o café, de surpresa.
Generosidade é levar o cachorro para passear, mesmo que não seja sua obrigação.
Generosidade é pôr no carrinho de compras aquilo de que o outro gosta.
Generoso é quem faz além do que se espera dele, ele inclusive.
Generoso é quem não depende da reciprocidade. Sua bondade é unilateral.
Generoso é quem não é dono da verdade. Sua humildade é natural.
Generoso é quem não tem a última palavra, tendo sempre razão. Ele não tem dificuldade em reconhecer que está errado.
Generoso é quem não tem a cara amarrada, pronta para a briga, mesmo aquela que jamais acontecerá. O generoso não briga.
Generoso é quem, embora tendo todas as razões, não é amargo.
Generoso é quem trata a todos como irmãos, mesmo que desconhecidos.
Generoso é quem não ostenta.
Generoso é quem alimenta o gosto do outro.
Generoso é quem sabe que o melhor da vida não se compra; recebe-se. E só se recebe quando alguém dá.
Generoso é quem sabe que tem o que tem porque recebeu de graça.
Generosidade não é gesto especificamente cristão, mas o cristianismo é sobretudo generosidade.
(Para ler a íntegra deste texto, acesse, por favor: www.prazerdapalavra.com.br)

Fonte: www.revistaenfoque.com.br

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Jesus no meu barco

Mateus 14:22-27
Jesus havia acabado de operar um milagre. Enquanto esteve na terra, Ele realizou muitos milagres: curou, libertou, o paralítico andou, o cego enxergou... Ele também tinha o dom de maravilha. Jesus enviou os discípulos num barco. O mundo inteiro gostaria de estar no lugar deles. Estavam felizes e contentes, relembrando o milagre que Jesus fez ao alimentar a multidão.Opa!!! Não foi Jesus Cristo que enviou seus discípulos? Ele enviou seus discípulos para uma tempestade? Sim. Ele preparou uma experiência diferente para eles. Foi Jesus quem permitiu que o vento soprasse. Se Jesus te enviou, Ele não vai deixar seu barquinho afundar, mesmo que você seja marinheiro de primeira viagem.Deus te envia e o mar está calmo, depois começa a ficar turbulento. Tudo está calmo até que chega uma notícia, um fato, uma conversa. Aí o vento calmo vira uma tempestade. Aquela confiança que você tinha no Senhor fica abalada e sua vida começa a balançar como um barco.Onde estava Jesus Cristo nessa hora? No momento em que os seus discípulos mais precisavam dele? Essa é a hora que você começa a duvidar de Deus.Não seja um "cristão 333", ou seja, meio besta!Tem hora que nós procuramos Jesus e não o achamos, parece que as nossas orações não estão sendo ouvidas e no nosso interior você se pergunta: por quê?No versículo 23, Jesus estava orando enquanto eles estavam no barco. Ele estava intercedendo enquanto estavam no barco e, hoje, Ele continua intercedendo por nós à destra de Deus. Ele intercede enquanto estamos na tempestade.O que podemos aprender com uma tempestade?Nenhuma luta e nenhuma tempestade é sem propósito — Jesus está no controle. Ele tem propósito até nas tempestades. Jesus opera milagres, ama os pecadores, dá salvação pra nós, tem poder, provê tudo aquilo de que precisamos e tem as palavras de vida eterna. Nós o conhecemos assim.Os discípulos o conheciam como mestre, só que eles não o conheciam na tempestade como nós o conhecemos. É muito fácil conhecer Jesus nos milagres, é fácil confiar em Jesus para a salvação, mas, e quando chega a tempestade?Nós não conseguimos entender que aprendemos com as tempestades. Quando uma tempestade acontece na vida de alguém todo mundo acha que a pessoa já está em pecado e dizem: "Isso não é uma brecha, é uma avenida! Isso é coisa do diabo! É retaliação!"Os discípulos começaram a ver fantasmas. Isso acontece quando não confiamos em Deus nas tempestades. Se Deus tivesse de nos dar o que merecemos, nosso barco teria afundado faz tempo. Não conseguimos ver Jesus nas tempestades, só os fantasmas. Se nós temos fantasmas, vamos dar cabo deles!A maior lição que Jesus ensinou aos discípulos foi tirá-los do ambiente dos milagres e colocá-los em um barquinho e agitar bastante para eles entenderem que Deus era com eles. Conserve o seu ânimo, mantenha-se fiel, seja perseverante por maior que sejam as ondas e os ventos — permaneça firme.Jesus disse: tende bom ânimo, sou Eu! Não deixe nenhuma luta ou tempestade te enfraquecer, acabar com a tua fé, não tenha medo! Jesus é aquele que te pega pela mão e diz: não tema porque eu sou contigo por onde andares! A história da tua vida é minha! O barco não vai afundar, não pule dele!No versículo 32 quando Jesus entrou no barco o vento cessou e os discípulos disseram: verdadeiramente esse é JESUS CRISTO!
Deixe Jesus tomar o leme do teu barco!Deus abençoe!

Ap. Rina

" Solta o cabo da nau
Toma o remo nas mãos e navega com fé em Jesus!"

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

UNIVERSAL QUER INTIMIDAR, DIZEM ENTIDADES

Juristas, magistrados e entidades de classe e da sociedade civil criticam a iniciativa da Igreja Universal do Reino de Deus de incentivar fiéis a moverem ações de indenização em juizados especiais, nas mais distantes cidades do país, contra jornais e jornalistas. Eles dizem que a estratégia revela uma tentativa de intimidação da imprensa e atenta contra a liberdade de expressão. ´´O Poder Judiciário deve dar uma resposta urgente, firme e direta contra esse expediente. O processo é absolutamente ilegal. O juiz tem o dever de evitar [o processo] até em um despacho inicial´´, diz René Ariel Dotti, professor e vice-presidente da Associação Internacional de Direito Penal. ´´Esse é um expediente antiético. É um novo modelo de intimidação à imprensa. Isso é um gravíssimo atentado à liberdade de imprensa, que não deve prosperar´´, diz Dotti. Segundo o jurista, o juiz tem o dever de manter o equilíbrio entre as partes. ´´Não é possível que o processo sirva para o triunfo de uma parte em opressão da outra como ocorre nesse caso.´´ No total, há 56 ações de fiéis da Iurd contra a repórter Elvira Lobato e a Folha. Cinco delas já foram extintas. Houve dois casos em que, além de extinguir o processo, os juízes ainda condenaram os fiéis por usar o Poder Judiciário de forma indevida (litigância de má-fé). Eles terão de pagar custas e despesas processuais, além de multa. Cabe recurso. Das seis audiências marcadas para ontem dos processos em nome de fiéis da Universal contra a Folha e a jornalista, três foram remarcadas: em Santa Luzia (PB), Irecê (BA) e São Benedito (CE). As três audiências que ocorreram não tiveram decisão final. Elas foram realizadas em Lago da Pedra (MA), Carapebus (RJ) e Cruzeiro do Sul (AC). A Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) anunciou que pedirá ao Itamaraty uma posição em órgãos internacionais contra censuras prévias e intimidações à imprensa. Em movimento paralelo, a Article 19 -ONG que defende a liberdade de imprensa com escritórios em vários países-, vai levar o caso à Corte Interamericana dos Direitos Humanos, junto com a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e o Centro pela Justiça e Direito Internacional. A comissão, órgão da OEA (Organização dos Estados Americanos), pode recomendar ao Brasil mudanças na legislação caso considere que há ameaça à liberdade de expressão. A coordenadora da Article 19 no Brasil, Paula Martins, diz que ´´há uma clara tentativa de intimidação´´. Em nota divulgada ontem, a ABI (Associação Brasileira de Imprensa) afirma ser evidente que há ´´um cérebro no comando a centralizar a instauração dessas ações judiciais´´ e ´´a nítida intenção de dificultar o direito de ampla defesa e do contraditório´´. Ato de coragem A cientista política Maria Tereza Sadek, que pesquisa o Judiciário, diz que os juízes têm que ter ´´um ato de coragem para condenar os autores por litigância de má-fé´´. Para ela, o Judiciário ´´tem que cortar pela raiz, [os processos] não poderiam proliferar dessa maneira´´. Taís Gasparian, advogada da Folha, afirma que ´´impressiona o fato de que as petições dessa demanda sejam praticamente idênticas e que muitas delas tenham sido distribuídas em cidades nas quais a Folha de S. Paulo nem mesmo circula´´. Para o juiz Jayme Martins de Oliveira Neto, da 13ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, o juizado especial foi montado para ajudar o cidadão comum no acesso à Justiça. ´´Quando se verifica que o sistema passa a ser utilizado de maneira que foge a esses padrões, ou por ma-fé ou porque os argumentos são repetitivos, idênticos em pontos distantes do país, o sistema passa a ser desvirtuado com evidente prejuízo para a defesa´´, diz Neto, que atuou durante anos em juizados especiais. Em editorial publicado ontem sob o título ´´Empresário quer intimidar a imprensa´´, o jornal ´´O Estado de S. Paulo´´ afirma que, ´´felizmente, os magistrados encarregados de julgar esses processos já perceberam a má-fé dos reclamantes´´. Sob o título ´´Conspiração´´, editorial de ´´O Globo´´ na última sexta-feira diz que o caso ´´representa, na verdade, uma ação arquitetada, usando métodos espúrios, contra a liberdade de expressão e de imprensa´´. O advogado José Paulo Cavalcanti Filho, ministro interino da Justiça no governo Sarney, diz que há ´´um movimento conduzido pela própria igreja, um instrumento de pressão para desestimular outros meios de comunicação´´ [a tratar dos negócios da Igreja Universal]. A Folha procurou o departamento jurídico da Record e os advogados da Universal, mas eles não se pronunciaram até o fechamento desta edição.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo, 19 de fev. 2008

Até quando? A pergunta que todos fazem

O ano mal começou e já estamos vivendo os velhos problemas de “estimação”. Os mesmos perrengues com as chuvas de verão e os deslisamentos que ela provoca, tirando várias vidas todo ano. Os milhares de acidentes de carro no período de férias. As folias de carnaval que deixam como marcas gravidez indesejada, aids, brigas, imoralidades sexuais e mortes. De novidade 2008 não trouxe muito ainda e o pouco que temos são os mesmos dilemas vistos por outro ponto de vista. Por exemplo, a corrupção que há tempos assola o Brasil se apresenta agora no escândalo dos cartões corporativos. Algumas guerras estão sendo reacendidas, como é o caso do Timor Leste; outras nunca se apagaram, como entre Israel e a Palestina. Na edição 282 (maio-junho, 2003) Ultimato publicou o artigo “Até quando?”. Hoje Prateleira traz para você na íntegra esse texto como forma de consolo e incentivo: “Muitas vezes você já se perguntou, você já perguntou aos outros, você já perguntou a Deus: ‘Até quando?’ Você não está sozinho. Todos fazem a mesma pergunta. Principalmente em tempos de confusão mental, de mudanças, de escândalos, de corrupção desmedida, de guerras, de sofrimento, de angústia e de doença e morte. Ainda que tênue, essa é uma forma de desabafo. Essa pergunta nervosa aparece com freqüência na boca do salmista, na boca dos profetas, na boca dos mártires, até mesmo na boca de Jesus e também em sua boca. Na boca do salmista: ‘Javé, até quando me esquecerás? Para sempre? Até quando esconderás de mim a tua face? Até quando terei sofrimento dentro de mim e tristeza no coração, dia e noite? Até quando meu inimigo vai triunfar?’ (Sl 13.1-2, EP). Na boca de Jeremias: ‘Até quando o país ficará de luto, e estará seco tudo o que era verde nos campos?’ (Jr 12.4, EP). Na boca de Habacuque: ‘Ó Senhor Deus, até quando clamarei pedindo ajuda, e tu não me atenderás?’ (Hc 1.2, NTLH). Na boca dos mártires, aqueles que são torturados e imolados por causa da Palavra de Deus e por causa do testemunho que dela têm dado: ‘Senhor santo e verdadeiro, até quando tardarás em fazer justiça, vingando o nosso sangue contra os habitantes da terra?’ (Ap 6.10, CNBB). Na boca do próprio Jesus, por causa das pessoas interesseiras, hipócritas, incrédulas e instáveis que o rodeavam: ‘Ó geração incrédula, até quando estarei com vocês? Até quando terei que suportá-los?’ (Mc 9.19, NVI). Em sua boca: Até quando vou continuar desempregado? Até quando permanecerei solteira? Até quando vamos viver em atrito, eu e minha mulher? Até quando meu marido vai me trair? Até quando minha mulher fará cenas de ciúme em público? Até quando serei um alcoólatra? Até quando meu filho será um dependente de droga? Até quando vou morar neste barraco? Até quando vou continuar endividado? Até quando haverá injustiça, opressão, fome e guerra? Até quando meu marido estará em coma? Na ânsia de buscar uma resposta para sua dor, você chega a mencionar algum período de tempo, do menor aos maiores. Até quando? Só durante esta noite? Por alguns dias? Por alguns meses? Por alguns anos? Por muito tempo? Para sempre? Em quase todos os casos, não há resposta à pergunta. Você só a faz porque não sabe quanto tempo o problema durará. Em alguns casos, demora muito. Em outros, ‘o choro pode persistir uma noite, mas de manhã irrompe a alegria’ (Sl 30.5). Só Deus tem a resposta exata. Mas Ele não tem o hábito de responder a essa oração do modo como a fazemos. Ele nos deixa ‘em suspense’ quanto ao tempo, mas tenta convencer-nos de que as rédeas de tudo o que acontece continuam em suas mãos. Num ato de fé e de confiança na sabedoria, na soberania e no amor de Deus, isso deveria bastar para você. Certamente, por trás da freqüente pergunta ‘até quando?’, há uma queixa, às vezes contra a situação, outras, contra o próprio Deus. Dentro de certos limites, isso não constitui pecado, principalmente por causa da misericórdia divina.” Tenha Deus misericórdia de nós!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Sonhos

Na sua famosa declaração, Martin Luther King compartilhou o seu sonho de ver brancos e negros reconciliados e caminhando de mãos dadas. Não se tratava de uma fuga da realidade, mas de um objetivo ao qual ele dedicou sua vida, evitando assim uma guerra civil no seu país. Seguindo este excelente exemplo, nós também precisamos delinear o nosso sonho, pois sabemos que todos temos um propósito na terra, uma missão que ninguém pode fazer em nosso lugar porque cada um de nós é único. Mas um sonho não depende apenas de nós. Ele geralmente envolve outras pessoas. Daí a necessidade de estabelecer um plano a respeito daquilo que é a nossa parte. Pois corremos o risco de nos frustrarmos por alimentar expectativas irreais e aguardar passivamente a iniciativa de terceiros.
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Deus nos salva para uma missão através do exercício dos dons que Ele nos confiou. Ele nos convida a nos edificar mutuamente, a socorrer os necessitados e ser luz no mundo. Temos uma primeira responsabilidade em relação a nós mesmos, de continuar crescendo e transformando o nosso caráter à imagem de Cristo. Esta ênfase no ser se evidencia no fruto do Espírito Santo que é Amor, Alegria, Paz, Paciência e Fé. São características do próprio Deus que devemos cultivar e desenvolver através da receptividade à obra que Ele quer realizar em nós. Esta vertente irá naturalmente desembocar no fazer através dos dons do Espírito Santo. Nosso carisma se manifesta no envolvimento com o nosso próximo.
Crescer significa construir relacionamentos mais maduros. Precisamos dar continuidade aos compromissos assumidos no passado, honrar os vínculos iniciados anteriormente. Ao avaliar a quantidade e qualidade dos nossos relacionamentos, podemos selecionar aqueles que desejamos aprofundar. Relações saudáveis requerem uma dedicação especial. São como plantas que precisam ser regadas e alimentadas. Passando em revista o ano de 2007, podemos aprender com os nossos erros e evitar atalhos e atoleiros que foram danosos. Identificar aquilo que pretendemos deixar para trás, iniciar ou desenvolver é uma tarefa muito importante para traçar um roteiro de prioridades e definir objetivos que nos garantem um bom aproveitamento do tempo.
O êxito se deve à disposição de sermos abençoados por Deus e de sermos uma bênção para outros. Precisamos ter a humildade de nos colocarmos debaixo da graça de Deus, reconhecendo que todos os nossos recursos espirituais, emocionais e materiais são presentes que não dependem dos nossos méritos, mas da generosidade ilimitada do Senhor. Receber com gratidão esses recursos e usufruir deles nos motiva a compartilhá-los. Quanto mais desejamos repartir, mais seremos abençoados.
Se os nossos planos forem calcados nos princípios bíblicos, podemos ter certeza que iremos enfrentar lutas. Por isso, é necessário que cada passo seja acompanhado de oração. A oração nos ajuda a não nos deixarmos contaminar pelo mal e a sermos receptivos ao bem. Resistir ao mal em nós e ao redor de nós não é suficiente; precisamos acolher o bem dando ênfase ao nosso lado luminoso, aos recursos que Deus nos confiou e aos sinais de esperança que enxergamos no mundo. Cristo veio para nos reconciliar com Deus e nos capacitar a viver uma vida em plenitude. Desfrutar dessa comunhão e deixar seu amor transbordar diferencia uma vida medíocre de uma vida realizada. A alegria não provém da ausência de sofrimento e dificuldades, mas da certeza da vitória, pois Cristo já venceu o mal e a morte.
Tendemos a adiar o que é essencial em prol de expectativas falsas que nos escravizam. Sem objetivos definidos, ficamos à mercê da agenda dos outros ou das circunstâncias. Precisamos estar receptivos àquilo que Deus quer realizar em nós e através de nós. Basta não atrapalhar. Basta estarmos atentos e aproveitar as oportunidades que Ele nos dá. Deus não nos invade nem se impõe. Cabe a nós deixá-lo curar as nossas feridas e renovar a nossa esperança. Ele está batendo à porta do nosso coração. Somos livres para abrir e convidá-lo a fazer parte da nossa intimidade. Essa escolha será decisiva para fazer deste ano algo realmente significativo ou apenas repetir os padrões distorcidos que carregamos desde a nossa infância.

Isabelle Ludovico

Fonte: Revista Enfoque

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Crer É Também Pensar

Qual é o lugar da mente na vida do cristão iluminado pelo Espírito Santo?O autor defende que vivemos uma época de anti-intelectualismo. Isso se verifica particularmente em três ênfases que a igreja pode assumir: No ritual e na correta conduta – mais percebido entre os católicos; No radicalismo dos liberais da ação social – teologia liberal; Na supervalorização da experiência – percebido entre os neopentecostais. Um cristianismo de mente vazia significa miséria e ameaça ao próprio cristianismo.Qual é o lugar da mente na vida do cristão iluminado pelo Espírito Santo? A racionalidade humana tem uma importância fundamental nas doutrinas básicas do cristianismo. Subestimar a mente é soterrar doutrinas cristãs fundamentais. Deus nos criou seres racionais; será justo negarmos a humanidade que Ele nos deu? Deus conosco se comunicou; não procuraremos entender suas palavras? Deus renovou nossa mente por intermédio de Cristo; não faremos uso dela? Deus nos julgará por sua Palavra; não seremos prudentes, construindo nossa casa sobre esta rocha?Existem seis esferas da vida cristã, cuja realização seria impossível sem o uso adequado da mente: o culto, a fé, a santidade, a direção, a evangelização e o ministério.O cristão deve adquirir conhecimento combinando uma dependência do Espírito de Deus com as próprias pesquisas. Temos de orar e temos de estudar.

Renha do Livro de John Stott

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Como é ser discípulo de Jesus?

“Como é ser discípulo de Jesus?” — é a pergunta de muitos.Ora, é simples e terrível; e é tão terrível justamente porque é tão simples; e gera tanto esforço justamente por isso, pois nada há tão difícil quanto a simplicidade, nem que demande mais esforço que descansar no descanso.A tendência natural da alma humana é para oferecer os mesmos sacrifícios de produção própria de Caim. Em Caim nasceu a religião. E é no espírito da oferenda autojustificada de Caim que ela é praticada. É difícil não oferecer nada a Deus. É muito difícil apenas confiar que o sangue de outro cobriu você. É loucura para os gregos e intelectuais; é escândalo para os judeus e todos os religiosos.Para ser discípulo de Jesus a pessoa tem que renunciar o “si-mesmo”. Ora, isto significa desistir de si mesmo como “produção” de algo que comova Deus. Negar ao “si-mesmo” é abandonar a presunção da persona. Negar a si mesmo é o que se tem que fazer para que o “eu” seja alcançado, e, em seu estado mais verdadeiro, possa ser atingido pelo amor de Deus. Negar a si mesmo é deixar toda justiça própria e descansar na justiça de Deus, que, antes de tudo, é justiça justificadora. Negar a si mesmo é abandonar a presunção de agradar a Deus pela imagem e pelas produções próprias.Quem quer negar a si mesmo?Se alguém quiser, então tome a sua cruz. Cruz? Que cruz? Ora, a única. A minha cruz será sempre me gloriar na Cruz. Alguém diz: Mas não sobrou nenhum sacrifício para mim? O sacrifício é aceitar que o Sacrifício foi feito e consumado. Alguém pensa que isto é fácil?Tente! Sim, tente apenas e tão-somente confiar que está pago e feito. Tente crer que Jesus é suficiente, não como chefe de religião, mas como o Cordeiro que tira o pecado do mundo todo. Tente rejeitar todo pensamento de autojustificação toda vez que você se vir tentado a se explicar para Deus e para os homens. Tente apenas confiar na única Cruz, e, assim, levar a sua cruz, que é andar pela fé, nunca tendo justiça própria senão a que vem de Deus. Tente, e você verá como todos os seus sentidos se revoltarão, e como todos os seus instintos se eriçarão, e você se sentirá inseguro, como se a Lei do Reino fosse a da Sobrevivência dos mais Aptos. Sim, porque nos sentimos seguros no sacrifício de Caim, embora ele nada realize diante de Deus. E nos sentimos muito inseguros na hora de praticar na vida o sacrifício de Abel.Jesus disse “Está Consumado”. E a nossa alma, em si mesma, pergunta: “O que mais eu devo fazer?” Jesus terá que repetir Seu sacrifício todos os dias outra vez? Ou terei eu de oferecer alguma coisa a mais?Ora, se a pessoa consegue desistir do “si-mesmo”, e tomar a sua cruz, então, Jesus diz que esse tal vai poder segui-Lo. “Segue-me” — é o convite. E aí? O que acontece? Fica tudo resolvido? É claro! Está tudo resolvido! Eu, agora, é que preciso aprender a usufruir o que já está consumado. Assim, tendo já tudo consumado em meu favor, caminho para experimentar o que já está feito e pronto. E como é esse caminho? Como se faz para seguir Jesus?Ora, ande após Ele como Pedro... e os outros. O discípulo é um ser em disciplina. Disciplina é o que o discípulo vai aprender. Que disciplina? A dos centuriões? É claro que não. A disciplina que o discípulo vai aprender é amor. Assim, no caminho, o discípulo cai, levanta, chora, questiona, se oferece para o que não deve, ambiciona ser maior, menor, mais amado, mais crido, mais usado, mais devotado, mais, mais... e, então, vai aprender enquanto cai, enquanto erra, enquanto sugere equivocadamente, enquanto acerta, enquanto nega, enquanto corta orelhas, enquanto quer fazer fogo cair do céu e enquanto pensa que sabe, sem nada saber.O caminho do discípulo é igual ao caminho dos discípulos no Evangelho, e acontece do mesmo modo. E só será discipulado se for igualmente acidentado, exposto, aberto, equivocado, humilde, capaz de aceitar a repreensão do amor e apto a aprender sempre sem jamais acreditar que se terminou qualquer coisa antes que se ouça: “Vem, servo bom e fiel; entra no gozo do teu Senhor”.O caminho do discípulo não está escrito em manuais e nem em cartilhas de igreja. O caminho do discípulo é todo o chão da existência. O discípulo é forçado a só aprender se viver. E ele não precisa ter medo da vida, pois é na vida que ele vai seguir a Vida.No caminho do discípulo o mar se encapela, as ondas se levantam e os ventos sopram. Por isso, o discípulo muitas vezes tem medo, grita, vê coisas, interpreta-as errado — “É um fantasma!”Seguindo Jesus o discípulo está sempre seguro, mesmo quando pede o que não deve, e mesmo quando muitas vezes deseja o que lhe faz mal.No caminho ele vê demônios saírem e não saírem; julga e é julgado e aprende que não pode julgar; afoga-se, é erguido e caminha sobra as águas; vê maravilhas; encara horrores... Mas adiante dele está Jesus!Para ser um discípulo de Jesus a pessoa tem que ficar sabendo que o Evangelho não são quatro livros acerca do que aconteceu entre Jesus e alguns homens e mulheres muito tempo atrás.Para ser um discípulo de Jesus a pessoa tem que ficar sabendo que o Evangelho está acontecendo hoje, do mesmo modo, na vida dela. E precisa saber que as coisas escritas no Evangelho são apenas para a gente ficar sabendo como é que acontece na nossa própria vida.O Evangelho só é Evangelho se for vivido hoje. Não com a pretensão de dizer que seremos como Jesus. Mas pelo menos com a declaração de que seremos como os discípulos, e que adiante de nós, de todos nós, está o Senhor.

Caio Fábio.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Integrando a Palavra de Deus na nossa vida

“‘Pois nele vivemos, nos movemos e existimos’, como disseram alguns dos profetas de vocês: ‘Também somos descendência dele.’” (At 17.28.) É difícil não falar da Visão Mundial. É com ela, viajando mundo afora, que passo grande parte do tempo. No intento de servir a Cristo, a Visão Mundial presta ajuda humanitária em situações de desastre, promove o desenvolvimento humano em comunidades carentes e se engaja na busca da justiça. Uma coisa com a qual estamos sempre batalhando é como integrar a fé e a expressão do testemunho cristão em tudo o que fazemos e no nosso próprio jeito de ser. Afinal, não queremos que a nossa fé seja cosmética, seja em relação à nossa vida, à nossa organização, ou ao nosso trabalho. Se não cuidamos, tomamos facilmente o caminho da compartimentação. Arrumamos espaço para cultivar nossa espiritualidade — ler a Bíblia, orar e compartilhar —, mas logo voltamos ao trabalho, que tem a sua própria lógica. A lógica do nosso conhecimento e da nossa experiência. A lógica do nosso “mercado”. Vivemos um desafio: deixar que a lógica do reino de Deus determine a nossa existência, ministério e trabalho; e para isso acontecer, precisamos estar constantemente nos convertendo a Deus. O reino de Deus e a sua justiça precisam penetrar e determinar o colorido do tecido da nossa vida pessoal, institucional e operacional. Muitas igrejas evangélicas no Brasil carecem de preocupar-se com a integração do evangelho no tecido da nossa sociedade. Experimentamos um crescimento que gera muito movimento, barulho e desfile, mas temos enormes dificuldades em abraçar a lógica do reino de Deus, que é a lógica do amor, do serviço e da justiça. Temos dificuldade em concretizar a realidade dos frutos do Espírito, que é “amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio” (Gl 5.22). Assim, embora as igrejas cresçam, é difícil ver isso gerando frutos do Espírito na nossa sociedade e mesmo em nossas comunidades eclesiais. O que se vê, muitas vezes, são frutos do “é dando que se recebe”, traduzidos tanto numa versão barata de prosperidade quanto na prática e vivência do “sanguessuga”. Os recentes acontecimentos em torno dos “sanguessugas” e a constrangedora revelação de que um número significativo deles eram parlamentares “evangélicos” geraram indignação, protesto e o reconhecimento de que não basta crescer, encher igrejas e galgar postos estratégicos na sociedade. As conseqüências da volúpia e a avidez com a qual nos lambuzamos nestes “espaços conquistados” nos levam a perceber quanta vergonha trouxemos para Deus e para o Corpo de Cristo. Já não somos identificados como um grupo de caráter ético. Já não somos reconhecidos como aqueles que falam a verdade e cujas vidas se pautam pela integridade e busca da justiça. É verdade que não se pode pensar que todos os evangélicos são farinha do mesmo saco. Eu mesmo não quero ser comparado com esses “evangélicos” marcados pela lógica do “é dando que se recebe”. Mas precisamos reconhecer que fazemos parte da mesma família. Aliás, uma família que precisa encontrar os caminhos do arrependimento e comprometer-se com a lógica do reino de Deus, que quer marcar a vida, não apenas de nossas igrejas mas de toda a nossa sociedade. Abraão, quando chamado por Deus, foi convocado a ser uma bênção — e isso aconteceu à medida que ele vivia a sua vida e cumpria a sua vocação. Assim também nós somos chamados a ser uma bênção, o que não quer dizer que vamos acumular bens materiais. Quer dizer que seremos marcados por uma vida de serviço. Significa que vamos modelar a vida em comunidade e lutar pela construção de uma sociedade que tenha sede de justiça, verdade e amor, uma sociedade cujo tecido seja marcado pelas cores do evangelho. Na Visão Mundial, às vezes nos perguntamos em que consiste o testemunho cristão em contextos altamente conflituosos. O nosso mundo está cada vez mais marcado por lugares onde o evangelho é de difícil pronunciação e sempre nos perguntamos pelo lugar da Palavra nesses contextos. Então percebemos que precisamos fazer o nosso trabalho de serviço ao próximo de tal maneira que a pergunta possa surgir — a pergunta acerca da nossa vida e da nossa fé, a pergunta que pode gerar o nosso testemunho. Qual é a pergunta que a nossa vivência evangélica tem gerado? Qual é a pergunta que o Brasil tem feito aos políticos evangélicos? O que perguntam os pobres aos “pastores” que só sabem pedir dinheiro e anunciar bênçãos baratas? Qual é a pergunta que as mulheres e crianças violentadas fazem aos homens que freqüentam nossas igrejas, mas nem por isso são menos violentos do que os outros? Qual é a pergunta que os desempregados fazem a uma igreja que não investe na construção de caminhos de formação profissional mas vive berrando ao microfone que Deus vai dar emprego a todos? Qual é a pergunta? Você sabe?


Valdir Steuernagel é pastor luterano e trabalha com a Visão Mundial Internacional e com o Centro de Pastoral e Missão, em Curitiba, PR.

Fonte: Revista Ultimato

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Perseguição

Perseguição

I SAMUEL 15:28

Nossa vida diária é tão corrida que muitas vezes nos esquecemos de como foi o inicio da nossa caminhada cristã. Deus usa pessoas para mostrar nosso futuro com Deus. Ele está levantando pessoas para ganharem essa geração para Ele. Mas, nessa caminhada haverá muita perseguição e Deus nos ensina que não devemos parar para nos justificar, para se defender, ele quer que trabalhemos e pelos nossos frutos seremos reconhecidos.

Quando Deus te designa para uma missão, esteja certo de que essa missão vai se cumprir, mas com perseguição.

Uma das melhores fases na caminhada cristã acontece quando descobrimos que Deus tem planos para nossa vida, Ele nos mostra o que tem reservado para nosso futuro. Nas piores fases você descobre que essa chamada inclui terríveis perseguições.

Você vai ser perseguido, mas vai chegar lá porque ninguém pára a obra de Deus na sua vida. E assim foi com Davi.

Naquela época, Saul reinava sobre Israel, mas foi rejeitado por Deus porque foi rebelde. Podemos tirar uma grande lição referente a esse fato, pois Saul não era um qualquer, não era um homem que viva em pecado e que desconfiava de Deus, ele havia sido escolhido por Deus.

E como Saul, você pode ter sido chamado, ungido, consagrado, ter recebido palavras proféticas, mas se ainda assim você for rebelde e rejeitar a Palavra de Deus, corre o sério risco de ser rejeitado por Deus e ser substituído.

Deus se arrependeu de ter escolhido Saul.

Deus não vai deixar de te amar, mas Ele não vai correr o risco de ver os planos Dele comprometidos por causa dos seus pecados.

Sobre Saul havia uma unção divina, mas a sua rebeldia o desqualificou para a sua chamada e para seu ministério.

I Samuel 16: 12 - 13

Davi foi escolhido por Deus para reinar em Israel, foi ungido rei, mas só reinou 40 anos depois.

Existem pessoas que se aproximando do altar, conseguiram ver um filme do seu futuro, viu que Deus tem coisas grandes, que os sonhos de Deus são maiores do que os seus e descobrem que Deus vai te colocar em uma posição de honra e imaginam que tudo será maravilhoso.

A vida de Davi de quando ele foi ungido rei e até quando ele foi coroado rei, foi cheia de perseguições. As perseguições de Davi começaram dentro da sua própria família.

Muitos de nós sofremos grandes perseguições dentro da própria casa, e Jesus disse isso quando declara que Ele não veio para trazer paz, mas para trazer espada.(Mateus 10:34)

Saul começou a desenvolver um sentimento de raiva por Davi.

E a partir daí, a vida de Davi começou a ficar turbulenta, pois Saul começou a persegui-lo. Quanto mais Deus abençoava Davi, mas Saul se irritava, mas o perseguia. Saul queria matar Davi de qualquer jeito.

Saul aqui é a tipificação de Satanás porque esse vendo a unção que Deus está derramando sobre a sua vida, percebendo um mover, tem tentado de tudo e vai continuar tentando fazer de tudo para te paralisar.

Porque Deus permite que sejamos perseguidos? Somos perseguidos para que possamos crescer. Perseguição, nesse caso, significa crescimento.

Um cristão legítimo é perseguido. Sempre antes de Deus derramar um avivamento, permite que sejamos perseguidos para nos purificar.

E todo aquele que, por Jesus, for perseguido sem ter brecha, vai ser vitorioso.

Deus quer saber quem é cristão de verdade e esses estarão preparados para receber o que Deus tem a derramar no Brasil. Deus quer nos preparar.

Em 2008, vem a perseguição sobre a Igreja.

O Senhor Jesus derrama sobre nós uma unção para enfrentar pelo Seu nome todas as perseguições. E para você? Você vai com Jesus até morrer? Somos perseguidos, mas somos vitoriosos.

Davi nos ensina a reagir a todas essas situações e a chave é discernir o que é espiritual. Davi não lutou com armas carnais, ele teve chances de matar Saul, porque ele sabia que não podia tocar em um ungido de Deus. Davi era um homem que se regia pelas leis do reino dos céus. A parte dele era esperar e a nossa parte também é esperar.

Estamos em uma batalha que já está ganha e estamos do lado de quem já venceu.

Por pior que foi a perseguição, o plano de Deus não foi mudado, paralisado, os planos de Deus sempre acontecem.

Você foi chamado para reinar.

Ninguém vai te impedir de ser coroado quando chegar nos céus, ninguém muda o que Deus escreveu sobre você.

O que Deus determinou sobre a sua vida vai se cumprir com levante ou sem levante. Todos os planos de Deus vão se cumprir.

Deus abençoe.

Ap. Rina

Fonte: Bola de Neve Church.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Vencendo o deserto

Jeverton Magrão Ledo

Todos nós, em algum momento de nossa caminhada cristã, somos conduzidos a um lugar de terreno seco, arenoso e desabitado, chamado deserto. Quando ouço os relatos de pessoas que já tiveram esse período de aparente sequidão, ou quando me lembro das minhas próprias experiências no deserto, sou levado a questionar por que um Deus de amor permite que passemos por tais momentos. Afinal, será que aprendemos algo no deserto? Deus nos mostra que sim, pois é ali que somos treinados e crescemos em fé, intimidade e relacionamento com o Pai.

Nós podemos perguntar: Como alguém cresce e amadurece em um lugar como esse? A resposta do alto é: “Eu ainda estou te fazendo, e você está questionando o processo”. O Deus do processo requer que nos deixemos ser moldados, assim como o barro o é pelo oleiro, submetendo-nos aos movimentos de sua roda.

Durante esse período enfrentamos tentações que insistem em nos desanimar e desviar do caminho da vitória. Por isso devemos estar firmados na Palavra, sedentos pela presença de Deus e revestidos de poder do alto.

Precisamos estar atentos para não sermos levados a acreditar que o deserto é exclusividade nossa, e lembrar que grandes heróis bíblicos tiveram seu período de deserto, sofreram e saíram vencedores.

Aqui pode surgir uma outra pergunta: Como estes alcançaram vitória? Em primeiro lugar, tinham total confiança que era a mão do Senhor permitia o deserto em suas vidas. Caso contrário, seria impossível para o paciente Jó declarar: “Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá. O Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1.21).

O próprio Cristo enfrentou o deserto. Jamais nos esqueçamos de tudo quanto sofreu, sendo ele Deus.

Sabemos bem o que é resistir a um momento de tentação ou a uma hora de tentação, mas quarenta dias? Lucas 4.1-2 relata que nesse período Cristo não teve intervalo para descanso ou uma saidinha para relaxar: “e quarenta dias foi tentado pelo diabo”. O inimigo literalmente “grudou em Jesus”.

O Evangelho de Lucas não diz que o diabo procurou tentar Jesus. Não se lê que o diabo experimentou tentar Jesus. Jesus poderia ter desistido, mas não o fez. Como permanecer firme? Tendo a mesma atitude que ele teve: “pelo gozo que lhe estava proposto” (Hb 12.2), suportou a cruz. Em seus momentos finais Jesus teve como foco a alegria que Deus colocou diante dele. Este era o seu prêmio do céu. Assim, foi capaz de terminar a carreira e permanecer firme.

Devemos dar o melhor de nós para alcançarmos o mesmo alvo alcançado pelo Mestre. Acredite: a nossa vida está sob o olhar e cuidado do lapidário mais hábil do mundo.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

O Sofrimento de cada dia

“Os dias em que vivemos são maus...” (Ef 5.15-17)
Como é real e aplicável aos dias atuais esta declaração do Senhor! Refletindo sobre a vida, não foi difícil encontrar subsídios que materializam esta triste verdade. O povo do Senhor não está isento dos muitos problemas que assolam a população brasileira. É a condição financeira que entra em colapso, impossibilitando honrar os compromissos; o emprego que não existe; a violência; assaltos; filhos problemáticos e rebeldes; casamento que não funciona; drogas; sexo; inimizades dentre outros que compõe uma longa lista.As conseqüências são as mais diversas possíveis, a começar pela fé que abalada, escancara a porta principal da vida para o desespero, perde-se por completo a visão da soberania de Deus; transformados em homens comuns, são despidos da esperança, vazios, desafeiçoados, irritados, ranzinzas, maldizentes, faltos de amor, cegos; carnais... Derrotados!
“Os dias em que vivemos são maus...”
Mas, será que esta situação desastrosa justifica a aparente derrota? É evidente que não! Afinal o Senhor chamou homens fortes para compor um exército de vencedores que andam sobre as dificuldades, no entanto, não se deixam tomar por elas (Is 40.31); estrangeiros de passagem por uma terra na qual são odiados e perseguidos pelo rei das trevas (Mt 24.9; 1Pe 2.11).
O que esperar de bom então em dias maus? A misericórdia do Senhor! Os filhos de Deus foram provados de muitas formas, mas, firmes ficaram e foram aprovados. “...Outros foram torturados até a morte; eles recusaram ser postos em liberdade a fim de ressuscitar para uma vida melhor. Alguns foram insultados e surrados; e outros, acorrentados e jogados na cadeia. Outros foram mortos a pedradas; outros, serrados pelo meio; e outros, mortos à espada. Andaram de um lado para outro vestidos de peles de ovelhas e de cabras; eram pobres, perseguidos e maltratados. Andaram como refugiados pelos desertos e montes, vivendo em cavernas e em buracos na terra. O mundo não era digno deles!”. (Hb 11.35-38)
O Pai Eterno preparou este exército para enfrentar situações extremamente adversas, devem bravamente resistir, afinal, foram capacitados e enchidos com o Espírito Santo. O entregar-se aos problemas é sinônimo de fraqueza e derrota. A situação está difícil? Persevere na fé! Lembre-se: o Senhor criador dos céus e terra sabe das tuas dificuldades e promete o amparo.“Portanto, não fiquem aflitos, procurando sempre o que comer ou o que beber... O Pai de vocês sabe que vocês precisam de tudo isso... Portanto, ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus, e Deus lhes dará todas essas coisas”. (Lc 12.29-31)
“Fui moço e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão”.(Sl 37:25)
“E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito”.( 1 Jo 5:15)
Está fraco? Sem forças? Abatido? Não negue ao Senhor! É tempo de levantar a cabeça e andar; Paulo afirmou:
“Porque, quando perco toda a minha força, então tenho a força de Cristo em mim”. (2Co 12.10)
Lembre-se que além do visível está um Deus todo poderoso que o ama de uma forma tão complexa que homem algum poderá explicar. Você é alvo deste amor. Medite nestas declarações:
“Nós amamos porque ele nos amou primeiro”. (1Jo 4:19)
“Antes da criação do mundo, Deus já nos havia escolhido para sermos dele por meio da nossa união com Cristo, a fim de pertencermos somente a Deus e nos apresentarmos diante dele sem culpa. Por causa do seu amor por nós”. (Ef 1:4)
Porquê alguns sucumbe? Provavelmente, edificaram suas casas sobre a areia! Sem o devido alicerce da comunhão verdadeira com Deus. É a vida cristã aparente; desprovida do Espírito e da genuína filiação. Estes, mesmo apresentando-se como pessoas dinâmicas no Reino, são desconhecidos pelo Pai Eterno. Quando os problemas vêm como um forte vento, logo são abatidos e derrotados.
Os filhos genuínos do Senhor são fortes, inabaláveis, preparados para vencerem as maiores dificuldades que possam sobrevir à vida. Estes não negam a sua filiação e a exemplo de Cristo Jesus, vão até às últimas conseqüências, esperando no amparo incontestável do Pai Celeste.
Mas, como ser assim, semelhante a Cristo?O principio é amar a Deus e buscá-lo em primeiro lugar.
“...amar a Deus de todo o coração e de todo o entendimento e de toda a força...” (Mc 12.33)
“Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça...” (Mt 6:33)
Quando o principio de fé é observado, são feitos em novas criaturas (1Co 5.17) que comungam os mesmos pensamentos e objetivos do Senhor Jesus (Rm 12.2; 1Co 2.16). O agir é direcionado pelo Espírito de Deus, dificilmente, decisões são tomadas segundo a carne (empolgação, desejos, orgulho, vaidade, ostentação, etc.). E, quando envolvidos pelas nuvens das muitas dificuldades, são consolados e fortalecidos pelo Santo Espírito que habita em no ser e faz os corações transbordarem de esperança.
Em meio às muitas provações é tempo oportuno para estreitar a comunhão com o Pai Celeste e servir-se da Sua grande misericórdia. Confie, Ele estenderá as mãos em socorro! Esta aproximação consegue-se quando nos jogamos por terra, humilhando-nos diante do Soberano e clamando pela Sua misericórdia. Abraçando esta decisão, tenho convicção do mover de Deus sobre tua vida e verás que é amado pelo Pai, escolhido desde os tempos eternos para ser servo. Clame pela restauração de tua comunhão e comprometa-se em viver uma vida digna do Espírito de Deus, ou seja: santa e pura; que tem o seu prazer em meditar na Palavra e na oração perseverante; aprenda a sacrificar com agradáveis jejuns.
Há uma possibilidade dos problemas não desaparecerem, mas, mesmo em meio às grandes crises, terás a paz que apenas ao agraciados do Senhor possuem. E uma convicção que o Todo Poderoso estará movendo a teu favor.
“Esperei confiantemente pelo SENHOR; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro”. (Salmos 40:1) Amém!

Elias R. de Oliveira

Fonte: Vivos!