segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Vencendo o deserto

Jeverton Magrão Ledo

Todos nós, em algum momento de nossa caminhada cristã, somos conduzidos a um lugar de terreno seco, arenoso e desabitado, chamado deserto. Quando ouço os relatos de pessoas que já tiveram esse período de aparente sequidão, ou quando me lembro das minhas próprias experiências no deserto, sou levado a questionar por que um Deus de amor permite que passemos por tais momentos. Afinal, será que aprendemos algo no deserto? Deus nos mostra que sim, pois é ali que somos treinados e crescemos em fé, intimidade e relacionamento com o Pai.

Nós podemos perguntar: Como alguém cresce e amadurece em um lugar como esse? A resposta do alto é: “Eu ainda estou te fazendo, e você está questionando o processo”. O Deus do processo requer que nos deixemos ser moldados, assim como o barro o é pelo oleiro, submetendo-nos aos movimentos de sua roda.

Durante esse período enfrentamos tentações que insistem em nos desanimar e desviar do caminho da vitória. Por isso devemos estar firmados na Palavra, sedentos pela presença de Deus e revestidos de poder do alto.

Precisamos estar atentos para não sermos levados a acreditar que o deserto é exclusividade nossa, e lembrar que grandes heróis bíblicos tiveram seu período de deserto, sofreram e saíram vencedores.

Aqui pode surgir uma outra pergunta: Como estes alcançaram vitória? Em primeiro lugar, tinham total confiança que era a mão do Senhor permitia o deserto em suas vidas. Caso contrário, seria impossível para o paciente Jó declarar: “Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá. O Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1.21).

O próprio Cristo enfrentou o deserto. Jamais nos esqueçamos de tudo quanto sofreu, sendo ele Deus.

Sabemos bem o que é resistir a um momento de tentação ou a uma hora de tentação, mas quarenta dias? Lucas 4.1-2 relata que nesse período Cristo não teve intervalo para descanso ou uma saidinha para relaxar: “e quarenta dias foi tentado pelo diabo”. O inimigo literalmente “grudou em Jesus”.

O Evangelho de Lucas não diz que o diabo procurou tentar Jesus. Não se lê que o diabo experimentou tentar Jesus. Jesus poderia ter desistido, mas não o fez. Como permanecer firme? Tendo a mesma atitude que ele teve: “pelo gozo que lhe estava proposto” (Hb 12.2), suportou a cruz. Em seus momentos finais Jesus teve como foco a alegria que Deus colocou diante dele. Este era o seu prêmio do céu. Assim, foi capaz de terminar a carreira e permanecer firme.

Devemos dar o melhor de nós para alcançarmos o mesmo alvo alcançado pelo Mestre. Acredite: a nossa vida está sob o olhar e cuidado do lapidário mais hábil do mundo.

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